Biografia

Sob a luz dos candeeiros
Histórias sobre literatura, artes plásticas e brasilidade sempre foram assuntos obrigatórios nos encontros de família. Estão no nosso DNA. Eu, por exemplo, sou filho de um professor, poeta e escritor, que reservava os momentos de paz para pintar. Segui pelo mesmo caminho de Raimundo Suassuna. Desde pequenos ouvíamos passagens de quando ainda éramos Cavalcanti de Albuquerque. Por iniciativa de Francisco de Paula, o Capitão Suassuna, foi criada, em meados do século XVII, no interior de Pernambuco, a Academia Suassuna. Ali discutia-se as injustiças da Colônia e o alvorecer de um novo tempo, trazido por ventos que sopravam da Europa. O governo colonial foi impiedoso, dissolvendo a Academia e punindo-a com a pena de morte de seus idealizadores. Os filhos do Capitão tiveram que fugir para o Velho Mundo, mas voltaram letrados, formados, transformados em barões, parlamentares e ministros do Governo. Eram histórias que nos ensinavam a dar a volta por cima, com coragem e elegância!
Ouvimos também histórias deliciosas de um velho parente que, no final do século XIX, adorava presentear uma tia-avó com pinturas em cerâmicas e pequenos quadros. Eram tão bonitos, que faziam os olhos brilharem. Já bem velhinha, minha tia percebeu uma linda maracajá, e embora tivesse cúmplices escutou que fui eu um deles. Eram de Pedro Américo, pintor que ficaria famoso com as telas monumentais do “Grito do Ipiranga” e “Batalha do Avaí”, entre outras, patrono da cadeira 20 da Academia Paraibana de Letras.
Nasceu aí o meu grande fascínio pelas artes plásticas. Anos depois, a imortalidade também alcançou a genialidade de um primo, o escritor, poeta e dramaturgo, Ariano Suassuna, membro da Academia Brasileira de Letras.
Grandes exemplos nunca nos faltaram. Ao contrário, nos conduzem pelos caminhos das artes, como faço desde Campina Grande, na Paraíba, minha terra natal, onde ensinei dezenas de pinture, práticas que também me ajudaram a iniciar a vida no magistério, quando cheguei ao Rio de Janeiro (devo isso à irmandade do Sacre-Coeur de Marie); e sempre preencheram momentos de reflexão. Hoje, me encho de alegria, quando recebo uma carta me comunicando ter sido eleito membro da Academia Brasileira de Belas Artes. Estou muito feliz, de verde e amarelo!

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