Manuel da Cunha (Rio de Janeiro – RJ, 1737 – 27 de abril de 1809) foi
um pintor colonial brasileiro. O historiador Nireu Oliveira Cavalcanti diz que
seu nome era Manoel da Cunha e Silva, e que sua data de falecimento foi
25 de novembro de 1807. Nasceu escravo, pertencendo à família do cônego
Januário da Cunha Barbosa, de quem adotou o sobrenome. Sua habilidade
precoce para a arte fez com que seu senhor lhe permitisse ter aulas com
o pintor João de Sousa. Após um período de aperfeiçoamento em Lisboa
(1795), retornou ao Rio e um comerciante, José Dias da Cruz, ajudou-lhe
comprando sua alforria. No Rio abriu um curso de pintura.
Manuel da Cunha foi pintor de temas religiosos e retratista. Entre suas obras
destaca-se a Descida da Cruz, no teto da Capela do Senhor dos Passos da
Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo, inspirado pela obra de Daniele
da Volterra. Também executou vários painéis para o Mosteiro de São Bento
e para a demolida Igreja de São Sebastião do morro do Castelo, atualmente
na nova igreja de mesmo nome, na Tijuca.
Obras tardias são Painéis da Capela do Noviciado (1808), da Igreja de São
Francisco de Paula. Também são atribuídos a ele os Painéis da Capela do
Noviciado da Igreja da Ordem Terceira do Carmo.
É o autor de vários retratos de benfeitores da Misericórdia e de um retrato
do governador colonial Gomes Freire de Andrade. Este retrato, cópia de um
anterior perdido num incêndio em 1790, encontra-se hoje no Palácio Pedro
Ernesto. Também realizou bandeiras de procissões para a Igreja de Nossa
Senhora do Bom Sucesso.
Entre seus trabalhos destacam-se também as bandeiras de procissão realizadas
para a Igreja de N. Sa. do Bom Sucesso e obras para a Capela do Noviciado
da Igreja da Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco.