Heitor Usai, ilustre escultor e acadêmico, segundo-Presidente da ABBA, teve em sua infância o cenário do atelier de seu primeiro Mestre e pai, o prof. Antônio Usai, cujos méritos o tornaram conhecido por toda Itália.

Nos fugidios momentos menos vigiados, o pequeno Heitor corria a renovar a visita à Capela Sistina para contemplar Michelangelo, por quem nutria particular paixão. Um dia, recebeu o Diploma da Academia di Belle Arti di Roma, mas a vivência com o pai é que o diplomou verdadeiramente. Sua obstinação por Michelangelo marcou indelevelmente o cunho que caracteriza sua obra: atormentado, inquieto e impetuoso, sereno e realista às vezes, viveu o jovem no estudo e análise das obras dos grandes mestres italianos. Em 1927, vem para o Brasil acompanhado de Helena Usai, sua linda e extremosa esposa tunisiana. Da união nasce o filho Remo. Naturalizado brasileiro, após 48 anos no Brasil, é homenageado por seu amigo Remo Branca, ao dedicar-lhe “Dias sem tarde”, no qual diz: “Questo libro é dedicato in modo particolare a te, Heitor Usai, italiano d’América”. No bronze o artista perpetua obras que enriquecem o patrimônio artístico brasileiro, como: Monumento ao Padre Anchieta, Hermas de Miguel Couto, Mausoléu do Presidente Costa e Silva, Ari Barroso, Carmem Miranda, Mausoléu do Marinheiro, etc. Destacam-se inúmeros prêmios que definem sua monumental obra, entre eles: Prêmio Aleijadinho, Medalha de Ouro e a Grande Medalha de Honra da ABBA, além da Medalha de Honra General Venturelli Sobrinho, recentemente conquistada, por votação unânime dos artistas, o que confirma a definição sobre a magistral obra de Heitor Usai: “citadino che ha conquistato una seconda Pátria, onorando la prima”.

 

Homem de bem, artista consagrado,

Em terras do Brasil já radicado

Impôs o seu valor à Academia

Todos ali o estimavam com apreço

Ombreando-lhe ao seu nível de alto preço,

Reunindo a imortais de alta valia.

Ungido da beleza, escultor nobre,

Sagrou-se um grande nome alvissareiro,

Assim, aos seus confrades se descobre

Italiano, mas muito, muito brasileiro!

Poema acróstico de autoria de Venturelli Sobrinho, Mestre-escultor em “Imortais de Belas Artes”.