Iracy Scotti Carise, artista plástica dedicada à arte e pesquisa literária sobre sua temática, foi a quarta pessoa a ser presidente da Academia Brasileira de Belas Artes (ABBA) e a primeira mulher a ocupar o posto.
Ela é internacionalmente conhecida por pesquisas condensadas em atividades artísticas e literárias, etnográficas, antropológicas e culturais de nossas raízes, destinadas a compor acervos de Museus de Arte Negra (MANIC) e centros de pesquisas (CEPIC). Sua obra é divulgada em Universidades, Bibliotecas, Museus e entidades culturais do país e do exterior.
Títulos, prêmios e condecorações de Mérito das Belas Artes no mais alto grau, nacionais e internacionais, fazem parte de seu currículo.
No posto de presidente, sucedeu Carlos Eduardo Carise, 3º presidente, Heitor Usai, segundo a ocupar a cadeira, e José Venturelli Sobrinho, idealizador e fundador da ABBA.
Iracy Carise resume seu curriculum, no texto do Acadêmico Renato Serra sobre os segmentos de sua pesquisa histórica:
“Movida por inspiração divina, desvendou, através de profundos estudos, segredos guardados em nossa distante origem. Intuição primorosa, inteligência, coragem e abnegação conduziram-na ao fascinante continente africano com suas complexas etnias, mistérios, mitos e crenças. Desta apaixonada entrega surgiu uma obra forte em seu conteúdo, bela em sua essência, plena em sua fantástica realidade”.
Serra ainda destaca que “a raça negra e seus legados instigaram a personalidade luminosa da artista que se dedicou de corpo e alma numa pesquisa mágica”.
Nesta busca interminável, arte, história e costumes se entrelaçam numa inédita e singular simbiose que, no conjunto, constituem o mais rico manancial da cultura brasileira. Seu profundo saber levou-a a lutar contra a discriminação. Nesta batalha cotidiana, incansáveis exposições didáticas, palestras, cursos e aulas foram armadas para dobrar injustiças, esclarecer, educar, ajudando-nos a descobrir o milagre do amor na formação de uma nacionalidade”.